Resenha: Orbitar – Alexandre Rampazo

“Penso numa saudade do meu mundo. De como as coisas eram e no que se transformam. E no tamanho deste mistério que é viver e não saber…”

Orbitar é uma obra que com belas imagens e poucas palavras, o vínculo entre mãe e filho. O livro recebeu o Selo Altamente Recomendável 2022 da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) e também foi finalista do Prêmio Jabuti 2022 na categoria de ilustração.

SINOPSE:
A imagem de uma astronauta, na imensidão do espaço iluminado por estrelas e segura por um tênue fio, que logo se rompe, fala sobre a saudade de seu pequeno mundo, sobre os mistérios e a perene transformação da vida em curso, a todo instante. E sobre o amor e o cuidado, que em alguns momentos afastam perigos e se realizam em encontros, mas que não se furtam ao que é próprio da existência humana: solidão, riscos, aprendizagem. Orbitar é um poema feito com palavras e imagens, repleto de metáforas sobre a maternidade, sobre o nascimento. É sobre considerar, amorosamente, quem o outro é e pode ser.

Desde que recebi esta obra tão singular e diferente dos livros que costumo compartilhar aqui no blog, já folheei suas páginas incontáveis vezes. É tocante a forma singela, porém extremamente profunda que o autor e ilustrador Alexandre Rampazo utilizou para tratar sobre a maternidade. A partir deste ponto saliento que os comentários que faço a seguir, representam minha interpretação da obra, ou seja, talvez para outros leitores as metáforas e significados sejam diferentes  destes que mencionarei.

No livro acompanhamos primeiro a visão de mundo de uma astronauta que representa um feto já em seus estágios finais de formação e caminhando para o momento de seu nascimento. Durante esta jornada, ela reflete sobre o mundo em que vivia e todas as mudanças pelas quais passou até ser atingida por questionamentos sobre o mistério da vida. 

Em seguida temos a visão da mãe como figura acolhedora, companheira e protetora, que por meio de um amor sem medidas, se compromete a guiar esta nova vida e tentar ajudá-la a compreender os mistérios do mundo fora do ambiente do útero materno. Tal tarefa, entretanto, irá requerer certo desprendimento desta mãe, afinal após o parto, esta nova vida não lhe pertencerá mais, será a quebra de um importante vínculo, mas que representará o surgimento de outros igualmente valiosos para o resto da vida. Enfim, parabenizo o autor Alexandre Rampazo que conseguiu com extrema delicadeza e sutileza, transmitir de forma tão linda e terna, mensagens tão relevantes sobre a relação entre pais e filhos. 

FONTE: Assessoria de Imprensa – Iara Filardi