Segunda Poética: Flores da Batalha – Sérgio Vaz

Idianara Lira

Em outubro, a Segunda Poética homenageia Sérgio Vaz, o autor nacional conhecido como o poeta da periferia. Toda segunda-feira, compartilharei um poema de um dos seus livros, disponíveis no catálogo da Global Editora. Acompanhem para se inspirar com a força e a voz das palavras do autor!

Flores da Batalha – Sérgio Vaz

Por dentro
você trava a luta
que ninguém vê.

O vento leva
o que leva a vida:
amor e dor.

O tempo passa
e refaz o tempo,
cicatriza a ferida.

Cada dia
a noite
rasga o peito
como uma navalha.

Chorar
mancha de sangue a carne
e sorrir
o rosto estraçalha.

Insista,
viver é luta constante,
e a alma não pode estar presa ao corpo
cumprindo pena,
sob o olhar da muralha.

E enquanto a felicidade não vem,
aprecie as fores da batalha.

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*Link comissionado

Sérgio Vaz mora em Taboão da Serra (Grande São Paulo) e por conta de suas atividades nas comunidades carentes, ganhou o título de Poeta da Periferia. Além de escrever, é agitador cultural nas periferias do Brasil. É criador da Cooperifa (Cooperativa Cultural da Periferia) e um dos criadores do Sarau da Cooperifa — movimento que transformou um bar da periferia da zona sul de São Paulo em um centro cultural. O projeto também promove o encontro de leitores e escritores, além de divulgar a poesia nas escolas. Improvisa uma sala de cinema na laje do boteco e abre espaço para a produção cinematográfica alternativa das quebradas. Um projeto de sucesso, que influenciou e deu origem a quase 50 saraus, além da publicação independente de mais de 100 livros. O autor já recebeu inúmeros prêmios e em 2009 foi eleito pela revista Época uma das cem pessoas mais influentes do Brasil.
É autor do Projeto Poesia Contra a Violência, que percorre as escolas da periferia incentivando a leitura e criação poética como instrumento de arte e cidadania.

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