Ah o Natal! Sou uma profunda apaixonada por esta época do ano, para mim ela duraria muito mais! Não sei explicar o motivo, mas, desde que me lembro de existir, o Natal e tudo que é relacionado a ele, sempre me encantaram e caso estejam pensando que passei períodos natalinos com mesa farta e árvore repleta de presentes e que é por isso que amo esta época, saibam que não foi nada disso, já mencionei aqui outras vezes, que tive uma infância e adolescência bem humildes, então, minha paixão pelo Natal é de natureza gratuita, como um amor a primeira vista.
Eu simplesmente me encantava em assistir aos filmes e propagandas natalinas, andar pela vizinhança e ver as casas e lojas decoradas e principalmente sentir algo diferente nas pessoas, um “quê” de carinho e empatia espontâneos. Era uma espécie de magia sempre presente. Talvez fosse minha imaginação de criança, o fato é que envelheci e no alto dos meus 35 anos ainda amo o Natal e acredito que este sentimento nunca irá mudar!
Assim, a resenha de hoje é sobre uma animação que todos os anos eu revejo e recentemente voltou para o catálogo da Netflix: Os Fantasmas de Scrooge, que foi inspirada no clássico Um Conto de Natal doescritor inglês Charles Dickens.
Sinopse: Na Londres do século 19O Natal se aproxima e, como sempre, Ebenezer Scrooge (Jim Carrey) mantém seu desprezo pela data. Milionário e muito mesquinho, ele só pensa em dinheiro e não dá espaço para a emoção em seu coração, maltratando Bob Cratchit (Gary Oldman), seu fiel assistente, e ignorando seu sobrinho Fred (Colin Firth). Com a morte de seu sócio Jacob Marley, Ebenezer recebe a visita de três fantasmas do Natal: do passado, do presente e do futuro. Cada um deles, levará o velho ranzinza para uma viagem que o ajudará a refletir melhor sobre sua vida passada e a escolha que fará para o futuro. Título Original: A Christmas Carol Ano de produção: 2009 Direção: Robert Zemeckis Gênero: Animação País: EUA
Minha opinião:
Charles Dickens é magnifico e com certeza sinônimo de sucesso, tanto que inúmeras de suas obras já foram adaptadas para o cinema. Um Conto de Natal, por exemplo, já o foi inúmeras vezes tanto para o universo cinematográfico como para o teatro. Me incomoda o nome escolhido para a versão em português Os Fantasmas de Scrooge, entretanto, de todas as adaptações de Um Conto de Natal que já vi, essa animação é a melhor de todas. A atuação (mesmo que feita através de captura de movimentos) e dublagem (sim, eu prefiro sempre o áudio original) de Jim Carrey, juntamente com os efeitos especiais, imprimiu a atmosfera dramática e tenebrosa necessária para o desenrolar da narrativa e as características cruéis do personagem principal:
” – Se tivesse poder para isso, todo idiota que saísse por ai dizendo Feliz Natal seria assado com seu pudim e enterrado com um ramo no coração!” (Ebenezer Scrooge)
Aliás, é impressionante como a animação consegue manter-se sombria de maneira linear, para carregar e transmitir toda a carga emocional, que o personagem principal enfrentará. Quanto a este, apesar de aprendermos a menosprezá-lo nos primeiros momentos do filme, conforme vivenciamos seu passado e seu possível futuro, aprendemos a ter pena dele e a querer que este realmente consiga tornar-se uma boa pessoa e tenha uma segunda chance, de ser tornar um ser humano melhor e espirito natalino.
Ao longo da vida sempre ouvi que quanto mais experientes são as pessoas, mais difíceis elas são de mudar de opinião ou de caráter. Porém, Ebenezer Scrooge vem para provar que não devemos desistir de ninguém e principalmente, que nunca é tarde para isso. Afinal, quando partirmos deste mundo, seremos lembrados por aquilo que fizemos e não pelo que temos. Amar ao próximo e celebrar o espirito do natal, são as grandes lições que podemos extrair desta animação.
Apaixonada pelo universo literário, filmes, séries e um bom café, é coautora em diversas antologias literárias. Trabalha como secretária e atua também como preparadora e revisora textual freelancer. Formada em Letras, é fundadora e criadora de conteúdo do Encanto Literário desde 2011.