Crítica e citações: Caminhando Sozinho – Rafael Porfírio

A primeira vez que tive contato com a obra Caminhando Sozinho do autor Rafael Porfirio, foi em 2018 e inclusive, na época postei resenha aqui no blog. Este ano, revisitei o livro que teve uma segunda edição lançada pela Peculiar Editora.

SINOPSE:
O que fazer quando de uma hora para outra tudo que você mais ama é arrancado brutalmente dos seus braços?

Apenas quem já sentiu na pele sabe, o quão doloroso pode ser.

Gabriel é um jovem que se encontra exatamente nessa impiedosa situação. Após perder seus pais num acidente de carro, ele se depara com um mundo novo e ao mesmo tempo estranho, tentando viver cada dia sem desmoronar por completo, sem deixar que a dor o consuma de vez.

Ele terá o apoio de sua família para lidar com essa repentina mudança de vida, principalmente da prima, que acabou tornando a irmã que o rapaz não teve, e também das novas amizades que encontra em sua jornada.

Caminhando Sozinho traz uma envolvente história de superação, com um toque de romance, uma pitada de humor e um final incrivelmente inesperado.

Durante minha primeira leitura em 2018, lembro que senti falta de um toque maior de drama e um aprofundamento dos sofrimentos do personagem principal. Já nesta segunda leitura, deparei-me com um livro lapidado: correções gramaticais e discretas alterações em sua narrativa, contribuíram para tornar o livro em uma obra que demonstra o interesse de seu autor em aprimorar sua escrita e elevar a qualidade de seu livro publicado, tornando a leitura deste, mais rápida e bastante prazerosa.

Percebi também, que como leitora, me tornei mais observadora o que auxiliou a alcançar uma análise um pouco diferente de anos atrás, pois, desta vez, entendi claramente que Caminhando Sozinho é mais sobre o caminhar do que sobre a solidão, pois mesmo perdendo entes queridos que são insubstituíveis, em nossa vida sempre teremos pessoas que nos ajudarão de alguma forma em nossa jornada.

A seguir, compartilho com vocês algumas citações do livro, para aguçar um pouco a curiosidade:

“De todas as dores físicas que uma pessoa pode sentir, nada se comparava aquela dor. Nada na vida te prepara para isso. Os olhos do jovem estavam sempre inchados e vermelhos e seus punhos cerrados. Dor, raiva e angústia caminhavam lado a lado com ele.” (pág. 15)

“Observando todos os que passavam: os amigos, os casais de namorados, todos felizes. Mas ele tinha um aperto no coração. Ele queria ser uma daquelas pessoas, embora no momento não quisesse ser ele mesmo. ” (pág. 33)

“Era difícil, mas era algo que ele precisava fazer. Dizer finalmente adeus a seus pais. Ali ficava uma parte muito grande de sua vida e agora uma nova parte precisava ser construída com base em tudo o que aprendeu com eles. Seus Super-Heróis. Agora somente na lembrança.” (pág. 49)

“Uma ponta de tristeza a assombrou quando ela se lembrou da filha e do genro, o que fez uma pequena lágrima rolar por seu rosto; então se virou para Gabriel, sorriu e o envolveu num abraço apertado e reconfortante, indicando que tudo ficaria bem, que eram uma família e juntos enfrentariam tudo. ” (pág. 102)