Resenha: Acácia dos meus quintais & outros contos mais – Francisco Paiva de Carvalho

Idianara Lira

Admiro muito aqueles que conseguem lançar seus livros em nosso país, uma vez que inúmeras são as dificuldades que este processo exige principalmente financeiras e se forem obras impressas demandam uma despesa bem maior relacionadas a serviços gráficos, taxas de envio, etc. Por este motivo, trato com respeito e carinho todo conteúdo que recebo através do e-mail de contato do blog, referentes a divulgações de livros.

Como qualquer outra pessoa tenho minhas preferências literárias, as quais descobri ao longo dos anos após muitas horas de leituras. Assim, existem alguns gêneros literários que não são do meu apreço, como por exemplo auto ajuda e romances hot. Então, procuro sempre compartilhar as obras que de alguma forma despertam minha curiosidade e foi através de um e-mail muito educado, o qual era acompanhado de uma graciosa imagem de capa, que tive contato com o livro Acácia dos meus quintais & outros contos mais do autor mineiro Francisco Paiva de Carvalho, lançado pela editora Penalux. E de antemão, considerei a obra encantadora!

SINOPSE:
Um cheiro de terra molhada, de jardim suspenso no abismo, um jeito de velhas estrelas e noites longas: Acácia dos meus quintais e outros contos mais promove um encontro de sensações, dos grandes dramas da vida e do tempo em meio aos rios pequenos e constantes: “e o relógio parecia mais preguiçoso do que nunca”.

     Os 13 contos de Francisco Carvalho apresentam personagens envolvidos em dramas de variadas gradações, com desconfortos entre existir na máxima potência e lidar com os pequenos desvios da vida, sempre querendo nos empurrar para fora, para longe. “Não bastasse a saudade, nunca achei seguro dirigir devagar, antes de o sol aparecer”. São sentimentos e paisagens, interiores e horizontes.

     As tensões de Acácia dos meus quintais e outros contos mais expõem um conjunto de belezas, a literatura como descanso, como motor lírico: “No céu azul de uma clara manhã de outono, o sol brilhava preguiçoso ao lado de algumas nuvens brancas que mais pareciam um bando de carneirinhos flutuantes”.

     Os personagens de Francisco Carvalho buscam a estabilidade, o equilíbrio, seja pelo amor, pela fé no divino, pela aproximação sacra de afetos. São anseios de calmaria, da felicidade dos amores e do crescimento das novas gerações. É que a vida, nos diz Acácia dos meus quintais e outros contos mais, a vida é também o canto triste dos pássaros e a mãe afagando o rosto da filha. (Daniel Zanella, editor do Jornal RelevO)

Através de contos escritos em linguagem coloquial que em sua maioria remontam a simplicidade, aconchego e beleza da vida no campo, o autor nos agracia com textos que beiram a poesia, pois são capazes de nos despertar uma certa calmaria bucólica, enquanto causam profundas reflexões a cerca dos percalços que podem ocorrer em nossas vidas. Acima de tudo, aprendemos que é importante termos resiliência para seguir em frente e valorizar os momentos felizes durante nossa existência.

” – As pessoas precisavam ter sempre em mente que o tempo é de um valor imensurável, que não há dinheiro no mundo capaz de trazê-lo de volta; que o tempo dos outros não nos pertence… Nunca poderiam se esquecer disso!” (trecho extraído da pág. 35)

Outro aspecto notável, é que a partir de atitudes positivas, as vezes até sutis, somos capazes de realizar grandes feitos que refletem em nossas vidas e na daqueles nos cercam, como por exemplo: o companheirismo e respeito dentro dos relacionamentos; ajudar ao próximo apenas pela alegria de fazer o bem; cuidar da natureza e do meio ambiente; valorizar e confiar em uma amizade sincera, entre outros.

Sentindo-me feliz e com a emoção à flor da pele, fiquei ainda um bom tempo ali, pensativo, meditando sobre uma antiga citação atribuída ao grande físico Albert Einstein: “Há duas formas para viver a sua vida: uma é acreditar que não existe milagre; a outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.” (trecho extraído da pág. 96)

Enfim, uma leitura que é ótima companhia principalmente em tempos de pandemia, quando a esperança de dias melhores parece perdida ou adormecida…

Para os leitores que ficaram curiosos em conhecer a obra, basta clicar aqui para ter acesso as 10 primeiras páginas.

FRANCISCO DE PAIVA CARVALHO nasceu em 1955, é mineiro de Pará de Minas (MG), bacharel em Direito, casado e pai de dois filhos.

Tem poemas e contos destinados aos públicos adulto e infantil, publicados em livros e jornais. Venceu concursos promovidos pela Prefeitura de Pará de Minas, pelo Movimento Pitanguiense de Ação Cultural e pela Universidade de Itaúna, entre outros, além de receber menções honrosas em concursos literários das Academias de Letras de Divinópolis (MG), Araguari (MG) e Cachoeiro do Itapemirim (ES).

Obras publicadas: “Lua Crescente” (coautoria com o ilustrador Fernando Reis) – Editora Novaterra – 2010 e “Meu Irmão, Meu Amigo” (e-book) Selo Off Flip Editora – 2016.

Contato do autor:
Twitter: https://twitter.com/chicogente 

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