Resenha: Arte Importa (porque sua imaginação pode mudar o mundo) – Neil Gaiman

Idianara Lira

“O mundo sempre se ilumina quando você faz algo que não existia antes.” (Neil Gaiman)

Interessante como um livro curtinho pode ser tão profundo e carregar inúmeras reflexões importantes sobre arte, o exercício da leitura e da criatividade e como tudo isso é capaz de impactar não apenas nossas vidas, mas também o mundo. Este é o caso do livro Arte Importa escrito por Neil Gaiman e ilustrado por Chris Riddell, lançado recentemente pela editora Intrínseca.

Dividido em 4 partes repletas de belas ilustrações que tornam o livro ainda mais atrativo, a primeira é “Crença” e assim como o próprio nome diz, nela o autor menciona tudo que acredita ser importante: o surgimento e a disseminação das ideias; o direito de pensar, opinar e debater; a liberdade de expressão como direito irrevogável de todos.

“Creio que, na batalha entre armas e ideias, as ideias no fim vencerão.”

A segunda parte “Porque nosso futuro depende de bibliotecas, leituras e devaneios”, Gaiman fala da importância de se ter o hábito da leitura principalmente por prazer, uma vez que a leitura aumenta nosso conhecimento de mundo, auxilia a melhorar nossa comunicação e a compreender realidades distintas da nossa.

“Quando você lê, faz uma descoberta que será fundamental para trilhar seu caminho no mundo. É a seguinte: o mundo não precisa ser desse jeito. É possível mudar.”

Além de frisar a importância dos livros e da prática da leitura desde a infância até a vida adulta. O autor menciona ainda a relevância das bibliotecas e dos bibliotecários como ferramentas imprescindíveis para o universo dos livros e dos leitores.

“Bibliotecas representam liberdade. Liberdade de ler, liberdade de expressar ideias, liberdade de se comunicar. Elas promovem educação, entretenimento, espaços seguros e acesso à informação.”

A terceira parte “Fazendo uma cadeira” é uma metáfora que compara o processo de criação de um livro quando se está sem inspiração, com o de montar uma cadeira: fazer aos poucos e com calma, pois no fim tudo se encaixa.

Em “Faça boa arte”, quarta e última parte do livro, Gaiman dá dicas para aqueles que desejam se aventurar no universo artístico: sentir-se perdido no processo de criação é normal, o importante é seguir em frente em busca do possível e do impossível; a jornada talvez será difícil e ocorrerão fracassos, por isso devemos ser persistentes; errar pode ser útil; a autenticidade é primordial para o sucesso e para se fazer boa arte e por fim, relaxar e aproveitar a trajetória.

“Cometa interessantes, impressionantes, gloriosos, fantásticos erros. Quebre regras. Deixe o mundo mais interessante por estar nele. Faça boa arte.”

NEIL GAIMAN nasceu em Hampshire, Inglaterra, e hoje vive perto de Minneapolis, nos Estados Unidos. Descobriu seu amor pelos livros na infância e devorava as histórias de C.S. Lewis, J.R.R. Tolkien, James Branch Cabell e Edgar Alan Poe, entre outros autores.

Começou a carreira como jornalista, mas logo o talento para construir tramas e universos únicos o levou para o mundo dos quadrinhos, com a aclamada série Sandman, e depois para a ficção adulta e infantojuvenil. Suas obras receberam inúmeros prêmios e medalhas e foram adaptadas em bem-sucedidas versões para cinema, televisão e até ópera.

CHRIS RIDDELL é um aclamado ilustrador e cartunista. Seu traço único lhe rendeu inúmeros prêmios, como o Nestlé Gold Award, por três vezes a Greenaway Medal, entre outros. Em 2019, foi agraciado com a Ordem do Império Britânico por seu trabalho como ilustrador e por suas obras de caridade. Ele e Neil Gaiman são parceiros de longa data, tendo trabalhado juntos em muitas outras obras, como Coraline e O livro do cemitério. Também é um renomado cartunista político, e seus trabalhos aparecem em veículos como The Observer, Literary Review e New Statesman.

ESCREVA UM COMENTÁRIO

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Post Anterior Próximo Post