Resenha: As histórias que contei – Israel Pinheiro
O que seria do ser humano, sem as relações construídas ao longo de sua existência? O contato com outras crenças, costumes, valores, éticas, opiniões e realidades divergentes da que estamos inseridos, são importantes para compreendermos nossa relevância no mundo, além de auxiliar a gerar empatia e respeito ao próximo. As relações humanas e o impacto que elas causam, são os temas centrais de “As histórias que contei”.
SINOPSE:
“As histórias que contei” é a obra com a qual o autor pernambucano Israel Pinheiro abre as portas do seu inquietante universo literário. Com olhar atento às sutilezas da alma humana e elevado senso crítico, o autor explora nas 6 breves narrativas que compõem o livro as múltiplas faces das relações sociais, especialmente naquilo que elas têm de farsa, autoengano e infortúnios.
Através de uma escrita primorosa, porém, acessível a qualquer leitor, os contos podem parecer em uma primeira perspectiva, apenas excertos do cotidiano de personagens distintas entre si, mas, estas carregam sutilmente lições de vida. Assim, se as narrativas não forem apreciadas com um olhar mais observador e dotado de senso crítico, provavelmente o elo que as conectam passe despercebido, apesar de ser algo tão importante para todos nós: as relações humanas.
Temas como fé, esperança, otimismo, humildade, amor, união e a perseverança estão arraigados nos contos e carregam ensinamentos que apresentam grande significado. É importante também salientar o mérito da educação e do conhecimento como ferramentas de formação do caráter de qualquer cidadão e as quais, são abordadas magistralmente no conto “Pensadora global”.
Outro aspecto impactante, é a compreensão de que para viver efetivamente, não é necessário possuir tudo o que mencionei anteriormente, mas sim, tomar decisões e fazer escolhas que sejam capazes de alçar nossas vidas ao caminho da felicidade e valorizando os mais simples e belos detalhes de nossa existência, pois, estamos em constante transformação e somos capazes de evoluir (ou não) de acordo com nossas próprias experiências de vida.
“Porque na sua visão de menino homens não podiam chorar. E só quando realmente viesse a se tornar um homem descobriria que estava errado.” (pág. 69)
Desta forma, reconhecer perdas e ganhos, vitórias e derrotas, é tão imprescindível quanto sonhar com aquilo que ainda não temos, pois, o desejo por algo não alcançado ou perdido, pode causar profunda insatisfação e sofrimento. Enfim, a antologia “As histórias que contei” deveria ser lida e compartilhada com qualquer pessoa, independente de classe social, gênero, crença, formação, entre outros, pois viver é algo comum a todos nós, mas ser feliz é privilégio de poucos.
ISRAEL PINHEIRO é cristão de espírito moderno, nascido em 1984, o escritor pernambucano Israel Pinheiro também é autor do livro de contos “Um deus que não passeia sobre as águas”.