Resenha: Deu vontade, eu conto… – Denise Lopes Trindade

“Faça valer a pena cada minuto de sua vida, não basta sonhar, é necessário fazer acontecer.” (Denise Lopes Trindade)

Conheci a escrita da autora Denise Lopes Trindade, através de suas participações em algumas antologias lançadas pela Peculiar Editora e gostei muito da simplicidade de seus textos. Em Deu vontade, eu conto… a autora nos presenteia com 25 contos de temas variados: romance, saudade, drama, reflexões, amor, perda, tristezas, entre outros.

SINOPSE: Permita-se amar, sorrir, refletir e se emocionar com esta coletânea de contos repleta de sentimentos, alguns vividos pela própria autora e outros criados da sua imaginação que sentiu vontade de registrar. Cada história foi escrita com muito cuidado e carinho e com certeza você será fisgado por uma… todas elas! Então não perca mais tempo, abra o livro e descubra o que lhe aguarda!

Este livro me proporcionou uma deliciosa descontração, algo que eu estava precisando pois, minhas leituras anteriores a ele foram todas de terror. Através de uma escrita simples e delicada, a autora reflete sua criatividade através de contos que como ela mesma menciona “vai divertir e descontrair qualquer leitor que dedicar um tempo para lê-lo.” Fui atraída pelo livro em seu primeiro conto: Deu vontade, eu conto… que também dá nome a obra. Nele Denise nos confidencia os caminhos que percorreu pelo universo da escrita, até conseguir realizar um de seus sonhos antigos: a publicação de um livro totalmente de sua autoria. Compartilho do mesmo sonho (no meu caso ainda não realizado) então, me identifiquei muito com a autora e fiquei muito feliz por ela ter conseguido alcançar seu objetivo de forma tão primorosa.

Escrito em linguagem coloquial, as narrativas se devolvem em situações cotidianas, muitas vezes até comuns, mas que sempre trazem certas reflexões e algumas vezes até ensinamentos importantes. A seguir mencionarei alguns contos, mas saliento que o livro tem vários tão bons quanto estes. 

O outro do lado encontro entre vizinhos – um personal trainner que se vê obrigado a trabalhar de forma on-line durante a pandemia, se interessa por uma vizinha do prédio onde mora e faz de tudo para conhece-la, mesmo sem poder ter contato físico. 

“O mais admirável era que nunca nos beijamos pela beleza e nem sequer nos tocamos, mas estávamos conectados um ao outro no sentido mais puro do amor.” (pág. 18)

Lembranças vividas na casa dos avós – um belo relato sobre as doces recordações de momentos vividos junto aos avós.

“Era um momento de carinho e cuidado tão bonito de se ver e eu via nos meus avós um exemplo de união e amor em um casamento. Trouxe esse exemplo para minha vida adulta.” (pág. 22)

A Amizade do grupo: As Poderosas – cinco amigas cultivam uma linda amizade que transcende o tempo e o espaço sem nunca perder o amor que sentem entre si.

“Dessa forma singular e carinhosa, essa amizade das cinco amigas ficou marcada na pelo, no coração e no pensamento porque cada uma delas pode ficar dias longe uma da outra, mas, quando se encontram, esse tempo desaparece e elas conversam de uma maneira tão íntima que parece que se viram no dia anterior.” (pág. 28)

A janela – uma jovem doente enxerga a vida com outros olhos, enquanto observa o mundo a sua volta através da janela de seu quarto. 

Brincadeiras de criança – um gracioso relato acerca das atividades infantis que se tornam uma lembrança divertidas em nossas mentes quando nos tornamos adultos

“A infância é o período mais colorido na vida de qualquer pessoa. Todos os acontecimentos vividos nessa fase ficam marcados, sejam eles bons ou ruins, estarão presentes na memória de quem os viveu.” (pág. 52)

Mãos Dadas – que delicia acompanhar a terna rotina de um casal que após a aposentadoria, vão morar em um lindo sitio, cercados de tranquilidade e muito amor, onde passam seus dias quase sempre de mãos dadas. (este conto é o meu preferido, pois é assim é um dos sonhos meu e do meu marido, morarmos um dia num cidade menor e mais calma)

Superando as diferenças – um casal precisa enfrentar a rejeição dos pais da moça para concretizar o sonho de se casar e no fim somos levados a entender o poder do mor e do perdão.

“Junto com aquele abraço, se foram todas as mágoas, dúvidas e desavenças que haviam entre eles e , a partir daquele momento, não iriaríamos mais falar naquele assunto…” (pág. 139)