Resenha: Jackaby – William Ritter
Sherlock Holmes é uma de minhas grandes paixões do universo literário, portanto, todo livro que menciona ter uma ligação ou inspiração no grande detetive de Sir Arthur Conan Doyle, já me desperta o interesse para a leitura e com Jackaby – A caça pelo misterioso assassino de New Fiddleham – do autor William Ritter, lançado no Brasil pela Única Editora em 2015, não seria diferente.
Sinopse:
Abigail Rook deixou sua família na Inglaterra para encontrar uma vida mais empolgante além dos limites de seu lar. Entre caminhos e descaminhos, no gelado janeiro de 1892 ela desembarca na cidade de New Fiddleham. Tudo o que precisa é de um emprego de verdade, então, sua busca a leva diretamente para Jackaby, o estranho detetive que afirma ser capaz de identificar o sobrenatural.
Contratada como assistente, em seu primeiro dia de trabalho Abigail se vê no meio de um caso emocionante: um serial killer está à solta na cidade. A polícia está convencida de que se trata de um vilão comum, contudo, para Jackaby, o assassino com certeza não é uma criatura humana.
Será que Abigail conseguirá acompanhar os passos desse homem tão excêntrico? Ela finalmente encontrou a aventura com a qual tanto sonhara.
Quando iniciei a leitura, imaginei que seria um livro mais sombrio, entretanto, conforme a narrativa foi se delineando percebi que se tratava de uma ficção juvenil (fato que comprovei nos dados de catalogação) que como tal, pode ser até misteriosa e assustadora, mas não alcança a carga de terror de uma obra voltada para o público adulto, característica que eu buscava quando o escolhi em minha estante.
Porém, admito que foi uma grata surpresa! Acompanhar através do olhar da personagem Abigail Rook, a rotina do excêntrico detetive que possui o dom de ver e entender fenômenos inexplicáveis, desvendado mistérios, foi muito interessante e capaz de despertar minha curiosidade até o fim da leitura.
“Eu sou um homem de razão e da ciência. Acredito no que vejo e posso provar, e o que vejo geralmente é difícil para os outros compreenderem. Até onde eu descobri, tenho um dom ímpar. Isso me permite ver a verdade quando os outros só enxergam ilusão.” (trecho do livro)
Jackaby além de ser um detetive capaz de ver e interagir com o universo sobrenatural e mágico, é inteligente, autêntico, um pouco atrapalhado, autossuficiente, carismático, porém, mau compreendido por grande parte dos moradores de New Fiddlehan. Entretanto, quando a cidade começa a ser assolada por misteriosos assassinatos que fogem a compreensão até da policia, ele entra em cena com sua perspicácia em elucidar inúmeros acontecimentos extraordinários.
“Eu já deixei de me preocupar com a forma que as coisas parecem aos outros, Abigail Rook. Sugiro que faça o mesmo.” (trecho do livro)
Assim como Sherlock Holmes, um bom detetive também precisa de um ajudante, ou no caso de Jackaby, uma assistente: Abigail Rook. A jovem que fugira de casa em busca de grandes aventuras, é portadora de uma mente brilhante, personalidade cativante e olhar perspicaz, capaz de enxergar todos os detalhes comuns que fogem aos olhos do detetive.
O livro é repleto de aventuras e seres fantásticos (estes me surpreenderam pois alguns eu nunca vi em outros livros), que conhecemos ao longo da obra e apresentam características impares e lendas atrativas. Também é impossível não mencionar a residência de Jackaby, com suas peculiaridades e moradores distintos, que com certeza ficariam esplêndidos em um filme.
Referente o acabamento gráfico, somos encantados de cara pela capa! Ela possui uma belíssima montagem de imagens, que casa perfeitamente com a fonte de caligrafia, a qual destaca o nome de Jackaby. As páginas internas são amareladas característica e o tipo de papel é daqueles que não grudam ao toque, características que eu amo!
Por fim, é uma leitura descomplicada e por vezes bem humorada o que faz com que as 254 páginas sejam rapidamente concluídas. Para mim, o enredo foi um pouco óbvio em relação ao serial killer pois, acertei quem seria o assassino bem antes dos crimes serem desvendados mas, isto não desmerece a leitura.