Resenha: Leitura de Verão – Emily Henry

Em Leitura de verão, uma escritora de romances que não acredita mais no amor e um escritor literário sufocado pela rotina se envolvem em um desafio que pode subverter tudo o que eles sempre pensaram sobre o que é ser feliz.

Este livro me fisgou durante um de meus passeios na livraria, aprecio andar pelos corredores, tocar as obras e folhear sempre que tenho a oportunidade de ter contato com livros físicos e, apesar de acompanhar os lançamentos das editoras através de suas redes sociais e newsletters, ainda costumo ser surpreendida por alguma novidade que eu não sabia. Leitura de Verão me chamou atenção primeiro pela graciosa ilustração da capa, depois pelo título e por fim seu tema focado no processo criativo de dois escritores de gêneros literários diferentes, mas com um problema em comum: o bloqueio criativo. 

SINOPSE:
Augustus Everett é um aclamado autor de ficção literária. January Andrews escreve romances best-seller. Enquanto ela cria seus “felizes para sempre”, ele mata todos os seus personagens. Eles definitivamente são polos opostos. A única coisa que têm em comum é que, durante três meses, vão morar em casas de praia vizinhas, ambos falidos e paralisados por um bloqueio criativo. 
Até que, em uma noite nebulosa, uma coisa leva à outra e eles fazem um acordo que tem o objetivo de arrancá-los da zona de conforto: Augustus vai passar o verão redigindo um livro com final feliz, e January vai escrever o próximo clássico da literatura. Ela vai levá-lo a viagens de campo dignas de uma comédia romântica, e ele a acompanhará em entrevistas com sobreviventes de um culto de suicídio (obviamente). Cada um vai finalizar um livro e ninguém vai se apaixonar. Será?

Leitura de Verão me cativou! A escrita de Emily Henry é tão espontânea e repleta de pitadas de humor ácido, que é quase impossível não se apegar aos seus personagens. Com uma dosagem equilibrada de drama, a narrativa me prendeu do inicio ao fim, mesmo possuindo alguns momentos mais apimentados que eu (não sou fã de leitura hot) não gosto. Entretanto, January Andrews é uma personagem que faz a leitura valer a pena, ela enfrenta o drama de descobrir um grande segredo de família, após a morte repentina de seu pai, que a faz questionar todos os finais felizes que já escreveu. Já Augustus Everett (ex-colega de faculdade de January e o qual ela via como oponente)  é enigmático, atraente e bastante contestador, adorei as reflexões dele sobre a vida e suas relações humanas. 

“– A vida é, essencialmente, uma sequência de momentos bons e ruins até a hora em que a gente morre – disse ele, cauteloso. – Que é, basicamente, um momento ruim. O amor não muda isso. Eu tenho dificuldade para suspender a descrença.” (pág. 75)

No livro as personagens principais precisam sair da zona de conforto para acabarem com o bloqueio criativo que as impedem de escrever, já eu como leitora e fã de suspense e mistério, também sai de minha zona de conforto e ao final, fui surpreendida por um livro que mesmo enrolando um pouco nas partes românticas (ou será que eu sou apressada? kkk)  me surpreendeu e valeu a pena o tempo que dediquei a ele.