Sobre o livro:O que um garoto faria se estivesse com amnésia? E se só tivesse esquecido a infância e sentisse que algo importante estava sendo perdido? Kennedy Murray não medirá esforços para descobrir mais sobre si mesmo.
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Com 16 anos, humor contagiante e uma popularidade inevitável, o irlandês não sabe mais o que fazer para se lembrar dos primeiros anos de vida. Ele está decidido a tentar novos métodos, assim, talvez consiga alcançar seu objetivo num futuro extremamente próximo. E ele ainda precisa fazer isso sem deixar os populares descobrirem seu segredo: por debaixo do corpo atlético, Kennedy é, na verdade, nerd dos pés à cabeça. O problema é que uma certa garota intrigante e insuportavelmente autêntica, pode distraí-lo mais do que deveria ser possível.
Kennedy conhece Elizabeth de uma forma inusitada. Foi ódio à primeira vista… Pelo menos foi o que Ken achou antes de ambos terem que viajar juntos por um longo tempo. Países diferentes, pessoas novas, segredos… Bem, tudo pode ficar divertido com o tempo, certo? Mas, ainda assim, Elizabeth pode acabar com todo o plano de anti-esquecimento do garoto. E agora?
Minha opinião:
Apesar de ter predileção por temas de suspense, terror, fantasia e de época, costumo ler um pouco de tudo (exceto auto ajuda e romances espiritas que realmente não prendem minha atenção) e não tenho o hábito de pré-julgar um livro antes de sua leitura, assim, apesar não curtir muito livros teen, Manual do Anti-Esquecimento conseguiu me fisgar desde o começo, com seu sumário com ar de spoilers e diferente: todos os capítulos são regras criadas pelo personagem principal, que depois descobrimos que ele sempre falha em seu objetivo de executá-las.
A autora criou uma narrativa muito bem estruturada, espontânea e divertida, com um personagem principal (Kennedy) agitado, inteligente, um pouco atrapalhado e que é de tudo um pouco, mas de forma alguma entediante. Além disso, me identifiquei com a forma que os pensamentos dele fluem, uma vez que ele possui uma mente muito inquieta e conflituosa, que está sempre amarrando um assunto no outro, e criando uma enxurrada incessante de ideias e sentimentos, que por vezes, o atrapalham para manter uma linha de raciocínio.
“Tenho certeza de que Jane Austen escrevia melhor que esse William não sei das quantas. Se bem que sou suspeito para dizer qualquer coisa sobre a Srta. Austen já que toda e qualquer obra escrita por ela é completamente satisfatória para mim. É claro que nunca cogitei espalhar minha admiração por uma escritora de romances. Só minha família sabe sobre isso. Os demais podem até mesmo concluir que odeio ler. Não ligo para isso. Preciso manter minha imagem de atleta carismático. A única coisa que pode denunciar meu comportamento nerd é meu boletim.”
Outra característica do livro que me chamou atenção, são as inúmeras referências apresentadas, como por exemplo: músicas, bandas, livros, autores, filmes, locais, entre outros, que criam uma atmosfera maior de interação entre a obra e seus leitores, fazendo com que estes sintam-se mais inseridos naquele universo da narrativa e também demonstram como a autora é bastante eclética, abordando também assuntos complicados e importantes como o bullying.
“Arregalei os olhos minimamente enquanto colocava o filhote no chão, respirando fundo. Ela falou mesmo em amor? Elizabeth mal me conhece, como pode me amar? É impossível…”
E como não podia faltar no universo adolescente, temos a presença do Amor que apesar de ser clichê, é construído de forma gradativa. Inicialmente este sentimento enfrenta vários trancos e barrancos até atingir a vida de Kennedy e Lizzie de forma inocente e bela. Além de ser uma leitura leve e divertida, temos ainda uma pitada de mistério que envolve a questão da amnésia de Kennedy, a qual é esclarecida no livro, não deixando desta forma nenhum assunto pendente. Para finalizar: vale a leitura! 😉
Sobre a autora:
Fátima Aparecida da Silva nasceu no natal de 1998, em Santos (São Paulo, Brasil). Foi adotada por sua tia com pouco tempo de vida e mudou-se para São Paulo. Aprendeu a escrever com seis anos, aos sete ganhou um concurso de poesia no colégio em que estudava, além de ter escrito uma aventura para crianças que perdeu com um vírus de computador.
Aos 12 repetiu a façanha de ganhar o pequeno concurso. Desde que aprendeu a escrever, não parou de o fazer, mesmo que por diversão. Sempre disse que gostaria de ser Biomédica, pois seu sonho sempre foi salvar vidas. Nunca cogitara ser escritora, pelo menos não antes de seu professor do nono ano sugerir isso.
Em pouco tempo descobriu que poderia misturar sua paixão constante por escrita com seu desejo de ajudar os outros. Como ela própria diz: “Descobri que com a escrita posso salvar muito mais que uma vida. Com minhas palavras, posso fazer uma pessoa refletir sobre a vida e sobre suas ações, salvando possivelmente sua alma, o que é muito mais difícil”.Com 19 anos publicou seu livro na Amazon como ebook para arrecadar dinheiro para a publicação física que os leitores tanto pediam. Entretanto, a autora não deixou de escrever no Wattpad.