Resenha: Susan não quer saber do amor – Sarah Haywood

Idianara Lira

Susan pode não querer saber do amor, mas assim que li a sinopse do livro, quis saber tudo sobre as aventuras e desventuras da personagem e conhecer melhor sua personalidade difícil, controladora, mas nem por isso menos divertida:

SINOPSE:
Susan passou boa parte da vida tentando se manter afastada das confusões que os sentimentos podem causar. Advogada por formação, optou por evitar o incômodo de lidar com os problemas dos outros e trabalha como analista de dados em Londres. Seu pequeno apartamento lhe parece ideal, pois atende a suas necessidades. E até mesmo sua vida amorosa, se é que se pode chamar assim, é cuidadosamente coreografada: em vez de namorar, ela mantém há anos um relacionamento sem qualquer envolvimento emocional, mas que lhe garante companhia e intimidade pelo menos uma vez por semana.

Quando a mãe de Susan morre e ela descobre que está grávida sem nunca ter cogitado a maternidade, o pior acontece. Susan começa a perder o controle.

Para desequilibrar de vez a equação, o testamento diz que a casa da família deve ser de seu irmão irresponsável, e, certa de que a mãe foi manipulada, ela decide levar o caso à justiça. No entanto, conforme o mundo organizado de Susan vai se desfazendo, um aliado improvável lhe mostra que, para abraçar essa nova vida, talvez seja preciso relaxar um pouco.

Ao mesmo tempo uma lufada de ar fresco e um abraço bem apertado, a obra de estreia de Sarah Haywood presenteia o leitor com uma personagem inesquecível, tão irritante quanto carismática. Com graça e leveza, Susan não quer saber do amor explora o eterno dilema: vale tentar controlar tudo mesmo sabendo que vai falhar?

Recebi este livro em junho, através do Clube do Livro da Intrínseca que este mês aliás, completa um ano que fiz minha assinatura e afirmo que foi uma ótima decisão, uma vez que a editora sempre encaminha a seus assinantes obras inéditas no Brasil e de gêneros diversos. No kit vem uma revista com artigos e entrevistas relacionados ao livro, um marca página, cartão postal e brinde surpresa.

Geralmente após 45 dias ou mais, das obras serem enviadas aos assinantes, é que a editora Intrínseca os disponibiliza nas livrarias. Susan não quer saber do amor por exemplo, será lançado amanhã, em formato diferente deste das fotos, já que as edições do Intrínsecos possuem design único e colecionável.

Susan não quer saber do amor foi uma leitura que me envolveu completamente! Não queria largar o livro por nada! Apesar de Susan ser chata e prática demais com as pessoas em alguns momentos, percebi que temos várias características em comum: sou bastante metódica e detalhista, gosto de tentar ao máximo ter o controle da minha vida e de preferência fazer tudo eu mesma, sozinha. Tenho dificuldade em confiar nas pessoas, mas também quando o faço é para sempre (se estas não derem motivo para que eu sinta o contrário), sou bastante caseira, gosto de ir ao teatro, museus, cinema. Também amo plantas (no caso de Susan ela adora cactos), não sei dirigir e provavelmente serei mãe por volta dos 40 anos se a natureza me permitir, ou seja, eu poderia ser irmã de Susan kkkkkk.

“Sei que algumas pessoas me consideram uma mulher difícil, mas não se pode jamais dizer que eu sou propositalmente rude com ninguém, com a possível exceção de Edward, que merece esse tipo de tratamento. Na verdade, tenho orgulho das minhas boas maneiras… Mas admito que não acredito em enrolação. A ambiguidade, na melhor das hipóteses, leva a constrangimentos e mal-entendidos, e na pior, dá oportunidade aos outros de se aproveitarem de qualquer vulnerabilidade que percebam em você. “ (pág. 65)

O livro é narrado em primeira pessoa, assim, além das situações inusitadas que Susan se envolve por causa de sua personalidade mau humorada, as vezes implicante e cheia de razão, temos acesso ainda a seus pensamentos e conceitos de vida, os quais em vários momentos beiram o absurdo e tornam a narrativa hilária e divertida, afinal o livro é uma jornada de autodescoberta da personagem em meio a todos os conflitos que ela enfrenta.

“Era importante, disse a mim mesma, que eu não fosse fraca ou inconstante, tinha que me manter fiel à pessoa que eu era e que sempre fui. (pág. 130)

“Não sou o tipo de pessoa que recua de uma decisão já tomada, mas é preciso ser uma pessoa forte e segura  para admitir quando uma decisão foi tomada de forma um pouco apressada. ” (pág. 161)

Susan inicialmente é capaz de despertar raiva, mas conforme a narrativa evolui, é difícil para o leitor não se importar e se  encantar por ela. Perder o controle da própria vida, não é algo fácil de lidar ou aceitar e o livro aborda isso de forma cativante. Reflexões sobre a vida, problemas familiares, maternidade não planejada, alcoolismo, suspense, mistério, autodescoberta e vários outros temas são abordados durante a leitura e envolvem o leitor de forma inesquecível. Amei conhecer Susan!

SARAH HAYWOOD estudou Direito e trabalhou como advogada e consultora. Vive na Inglaterra com o marido e os dois filhos.

Seu primeiro romance, Susan não quer saber do amor, foi publicado após um mestrado em escrita criativa pela Universidade Metropolitana de Manchester e se tornou um best-seller do The New York Times.

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