Segunda Poética: A ponte – Mauro Felippe
A Ponte
Não há lugar no mundo sem pontes
Não há leitos sem ribeirinhos
Não há horizontes sem sonhadores
Não há união sem caminhos.
As pontes tornam-se caminhos
Que interligam curiosos ilhados
Unem pretensiosos
Saciam a fome dos que estão do outro lado.
Sobre à ponte
Fixo-me num local para tudo observar
Primeiro, de cima, a altura de uma eventual queda
Segundo, a velocidade da água que poderá me carregar.
Das margens e dos barcos que relutam
Avisto a correnteza borbulhante
Círculos em movimentos incessantes
A vida por debaixo da ponte.
E… após, vejo gente
Também sobre à ponte, a refletir
Pensando o mesmo que eu
Pensando qual infinito iremos atingir.
(Felippe, Mauro. Espectros. São Paulo. Giz Editorial. 2016)
MAURO FELIPPE é advogado natural de Urussanga, no sul de Santa Catarina. Autor das coletâneas poéticas Nove, Humanos, Espectros e Ócio, preencheu inúmeros cadernos na infância e adolescência com textos e versos, dos simples aos elaborados. As temáticas de suas obras são extraídas de questões existenciais, filosóficas e psicológicas compreendidas em seu dia a dia, sendo que algumas advém dos longos anos de advocacia, atendendo a muitas espécies de conflitos e traumas. Por meio da literatura, pretende viver dignamente e deixar uma marca positiva no mundo, uma prova inequívoca de sua existência como autor.
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