Segunda Poética: Irmã chuva – J. G. de Araújo Jorge

Idianara Lira

Irmã chuva

Irmã chuva
obrigado, por teres vindo.

Trouxeste a paisagem adequada para a minha alma
doente de amor e melancolia…
Só a tua presença me faz bem e me acalma
neste dia…

Tua voz mansa e teu sussurro de vento
embalam em cantigas de ninar
meu coração…
Ah! só tu sabes falar assim ao sofrimento
e, na ponta dos pés, chegas, sem perturbar
a minha solidão…

Irmã chuva, obrigado por teres vindo
embalar meu coração agreste…
Só porque estou te vendo e estou te ouvindo,
nem pode calcular
o bem que me trouxeste…

(Jorge, J. G. de Araújo. A sós. Rio de Janeiro. Editora Vecchi LTDA. 1960. págs. 193 e 194.)

JOSÉ GUILHERME DE ARAÚJO JORGE, conhecido como J. G. de Araújo Jorge, nasceu no estado do Acre, no dia 20 de maio de 1914 e ficou famoso como o “Poeta do Povo e da Mocidade”, pela sua mensagem social e política e por sua obra lírica, de linguagem simples, impregnada de romantismo moderno, mas às vezes dramático.

Além de escritor, foi também locutor e redator de rádio, professor, advogado, publicitário, jornalista e deputado federal. Faleceu no Rio de Janeiro em 27 de janeiro de 1987.

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