Segunda Poética: “Tempo Perdido” – J. G. de Araújo Jorge

Idianara Lira

Tempo Perdido

Quanto tempo perdido, e como dói
pensar que nunca mais o reaveremos…
Vivemos longe um do outro, como extremos,
que o tempo, – um moinho – lentamente mói…

Quanto tempo perdido… Eu, já mudado,
sem aquele entusiasmo, aquelas ânsias
que ficaram perdidas no passado
e se vão diluindo nas distâncias…

Tu, sem aquela expressão ingênua e pura
aquele ar de menina, que pedia
proteção para um sonho de ventura
que seu olhar inquieto refletia…

Tanto tempo perdido… E houve um momento
quando nos vimos a primeira vez,
que o amor seria belo, como o vento
como o mar, como a terra, o sol, talvez!

(J. G. de Araújo Jorge)

José Guilherme de Araújo Jorge, conhecido como J. G. de Araújo Jorge nasceu no estado do Acre, no dia 20 de maio de 1914 e ficou conhecido como o “Poeta do Povo e da Mocidade”, pela sua mensagem social e política e por sua obra lírica, de linguagem simples, impregnada de romantismo moderno, mas às vezes dramático.

Além de escritor, foi também locutor e redator de rádio, professor, advogado, publicitário, jornalista e deputado federal. Faleceu no Rio de Janeiro em 27 de janeiro de 1987.

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