Resenha de série: Dark – A questão não é onde. Mas quando.
A diferença entre passado, presente e futuro, é somente uma persistente ilusão.
Quando assisti ao trailer da série Dark, produção alemã da Netflix lançada em dezembro de 2017, fui mordida automaticamente pelo bichinho da curiosidade e fiquei louca para maratonar o quanto antes seus 10 episódios. Envolta em inúmeros mistérios a série é ambientada na fictícia e sombria cidade de Winden, local com vários kilômetros de florestas e onde seus moradores (todos detentores de um austero semblante), vivem em torno de uma usina nuclear que após seu funcionamento por quase 60 anos, está para ser desativada.
Quatro famílias iniciam uma desesperada busca por respostas, quando uma criança desaparece e um complexo mistério envolvendo três gerações começa a se revelar.
Assim, após estes acontecimentos iniciais, caminharemos entre os desdobramentos da série através principalmente de Jonas Kahnwald, filho do suicida e Ulrich Nielsen, policial e pai do garoto que desapareceu próximo a caverna. Enquanto buscam a verdade sobre os acontecimentos terríveis que afetaram suas vidas, Jonas e Ulrich descobrem que de forma complexa todos estes fatos ruins estão conectados e que o passado, presente e futuro da cidade e de todos seus habitantes está interligada de forma surpreendente.
Desta forma, a viagem no tempo, um dos assuntos mais cultuados e apreciados por quem curte ficção cientifica e cultura pop, está profundamente presente na série, fascinando todos aqueles que decidem se entregar as incógnitas que permeiam a vida de todos os personagens.
Acreditamos que o tempo decorre de forma linear. Que ele avança uniformemente, para sempre.Até o infinito. Mas a diferença entre passado, presente e futuro não passa de uma ilusão. O ontem, o hoje e o amanhã não são consecutivos, mas estão conectados em um círculo infinito. Tudo está conectado.
Com tantas adversidades acontecendo ao mesmo tempo, em núcleos familiares e tempos distintos, torna-se muito fácil não entender a narrativa, ou não conseguir acompanhar quem é quem, ou quais são seus problemas. É necessário prestar muita atenção, pois do contrário acabamos perdidos no labirinto de situações que a série aborda ou não enxergamos as dicas que estão presentes desde o começo da série.
É impossível falar de Dark e de seu roteiro que nos deixa curiosos do começo ao fim com tanto suspense e não mencionar também todo o cuidado com a elaboração da produção. Ambientações, vestuário, comportamentos, fotografia, enfim, tudo obedece de maneira primorosa o tempo no qual a ação está ocorrendo. Outra característica marcante é a trilha sonora da série, que conta com músicos alemães até canções famosas contemporâneas ou da década de 80, conforme a necessidade de nos imergir na história.
Como apaixonada que sou por suspense, mistério, uma pitadinha de sobrenatural (ou a possibilidade deste), apesar de achar alguns episódios um pouco lentos, sinceramente eu adorei a série e suas nuances. Pois ela nos faz pensar o tempo todo, tentando montar um quebra cabeça que continuará não finalizado mesmo após assistir todos os episódios da 1.ª temporada.
Fiquem a seguir com o trailer legendado da primeira temporada: