não sou o silêncioque quer dizer palavrasou bater palmaspras performances do acaso sou um rio de palavraspeço um minuto de silênciospausas valsas calmas penadase um pouco de esquecimento apenas um e eu posso deixar o espaçoe estrelar este teatroque se chama tempo (Extraído do livro: “Caprichos & Relaxos) PAULO LEMINSKI…
Companhia das Letras
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Amor, então,também, acaba?Não, que eu saiba.O que eu seié que se transformanuma matéria-primaque a vida se encarregade transformar em raiva.Ou em rima. (Extraído do Livro “Caprichos & Relaxos”) PAULO LEMINSKI nasceu em Curitiba. Foi poeta, romancista, tradutor, compositor, biógrafo e ensaísta – além de faixa preta de judô. É autor…
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nascemos em poemas diversosdestino quis que a gente se achassena mesma estrofe e na mesma classeno mesmo verso e na mesma frase rima à primeira vista nos vimostrocamos nossos sinônimosolhares não mais anônimos nesta altura da leituranas mesmas pistasmistas a minha a tua a nossa linha (Extraído do livro ”…
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Fazia Poesia fazia poesiae a maioria saíatal a poesia que faziafazia poesiae a poesia que fazianão é essaque nos faz alma vaziafazia poesiae a poesia que faziatinha tamanho famíliafazia poesiae cada tábua que caíadoía no coraçãofazia poesiae fez alto em nossa foliafazia tanta poesiaque ainda vai terpoesia um dia (Extraído…
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XX Nós, poetas e amanteso que sabemos do amor?Temos o espanto na retinadiante da morte e da beleza.Somos humanos e frágeismas antes de tudo, sós. Somos inimigos.Inimigos com muralhasde sombra sobre os ombros.E sonhamos. Às vezesdamos as mãos àquelesque estão chorando.(os que nunca choraram por nós) Ah, meus irmãos e…
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XVI As coisas não existem. O que existe é a ideia melancólica e suave que fazemos das coisas. A mesa de escrever é feita de amor e de submissão.No entantoninguém a vêcomo eu a vejo.Para os homensé feita de madeirae coberta de tinta.Para mim tambémmas a madeirasomente lhe protege o interior e o interior…
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Naquele momentoo riso acaboue veio o espantoe do meu choroo desentendimentoe das mãos unidasveio o tremor dos dedose da vontade de vidaveio o medo. Naquele momentoveio de ti o silêncioe o pranto de todos os homensbrotou nos teus olhos translúcidose os meus se afastaram dos teuse dos braços compridosveio o…
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V Amargura no diaamargura nas horas,amargura no céudepois da chuva,amargura nas tuas mãos amargura em todos os teus gestos. Só não existe amarguraonde não existe o ser. Estão sendo atropeladosem seus caminhos,os que nada mais têm a encontrar.Os que sentiram amargura de felescorrendo da boca,os que tiveram os lábiosmacerados de…