Orides Fontela

  • Segunda Poética: Meio-Dia – Orides Fontela

    Idianara Lira

    Meio-Dia Ao meio-dia a vidaé impossível. A luz destrói os segredos:a luz é crua contra os olhosácida para o espírito. A luz é demais para os homens.(Porém como o saberiasquando vieste à luzde ti mesmo?) Meio-dia! Meio-dia!A vida é lúcida e impossível! (Orides Fontela) ORIDES FONTELA (1940-1998) foi uma das…

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  • Segunda Poética: Tato – Orides Fontela

    Idianara Lira

    Tato Mãos tateiampalavrastecidode formas. Tato no escuro das palavrasmãos capturando o fatotexto e textura: afinalmatéria. (Orides Fontela) ORIDES FONTELA (1940-1998) foi uma das mais importantes poetas brasileiras da segunda metade do século XX. Sua obra se destaca e se diferencia por um alto rigor unido a uma particular beleza áspera,…

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  • Segunda Poética: Meada – Orides Fontela

    Idianara Lira

    Meada Uma trança desfaz-se:calmamente as mãossoltam os fiosinutilizamo amorosamente tramado. Uma trança desfaz-se:as mãos buscam o fundoda rede inesgotávelanulando a tramae a forma. Uma trança desfaz-se:as mãos buscam o fimdo tempo e o iníciode si mesmas, antesda trama criada. As mãosdestroem, procurando-seantes da trança e de memória (Orides Fontela) ORIDES…

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  • Segunda Poética: Fala – Orides Fontela

    Idianara Lira

    Fala Tudoserá difícil de dizer:a palavra realnunca é suave. Tudo será duro:luz impiedosaexcessiva vivênciaconsciência demais do ser. Tudo serácapaz de ferir. Seráagressivamente real.Tão real que nos despedaça. Não há piedade nos signose nem no amor: o seré excessivamente lúcidoe a palavra é densa e nos fere. (Toda palavra é crueldade.)…

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