Poesia Brasileira

  • Segunda Poética: Tu queres sono: despe-te dos ruídos – Ana Cristina Cesar

    Idianara Lira

    Tu queres sono: despe-te dos ruídos Tu queres sono: despe-te dos ruídos, edos restos do dia, tira da tua bocao punhal e o trânsito, sombras deteus gritos, e roupas, choros, cordas etambém as faces que assomam sobre atua sonora forma de dar, e os outros corposque se deitam e se…

    Leia Mais
  • Segunda Poética: Estou atrás – Ana Cristina Cesar

    Idianara Lira

    Estou atrás do despojamento mais inteiroda simplicidade mais ermada palavra mais recém-nascidado inteiro mais despojadodo ermo mais simplesdo nascimento a mais da palavra. (Ana Cristina Cesar) ANA CRISTINA CESAR (1952-1983) nasceu no Rio de Janeiro. Formada em Letras pela PUC-Rio, mestre em Comunicação pela UFRJ e em Teoria e Prática de…

    Leia Mais
  • As três letras de mãe – Bráulio Bessa

    Idianara Lira

    As três letras de mãe Ela tem o poder de carregartoneladas de amor e de ternura,uma infinidade de bravurae uma luz que jamais vai se apagar,pois seu brilho é capaz de iluminaro caminho que vamos percorrer.Se arrisca pra poder nos protegerNão importa por onde a gente for.Nas três letras de…

    Leia Mais
  • Segunda Poética: O Homem Público n.° 1 (Antologia) – Ana Cristina Cesar

    Idianara Lira

    O Homem Público n.° 1 (Antologia) Tarde aprendibom mesmoé dar a alma como lavada.Não há razãopara conservareste fiapo de noite velha.Que significa isso?Há uma fitaque vai sendo cortadadeixando uma sombrano papel.Discursos detonam.Não sou eu que estou alide roupa escurasorrindo ou fingindoouvir.No entantotambém escrevi coisas assim,para pessoas que nem sei maisquem…

    Leia Mais
  • Segunda Poética: Tratado geral das grandezas do ínfimo – Manoel de Barros

    Idianara Lira

    Tratado geral das grandezas do ínfimo A poesia está guardada nas palavras — é tudo que eu sei.Meu fado é o de não saber quase tudo.Sobre o nada eu tenho profundidades.Não tenho conexões com a realidade.Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro.Para mim poderoso é aquele que descobre…

    Leia Mais
  • Segunda Poética: Sei que fazer o inconexo aclara as loucuras… – Manoel de Barros

    Idianara Lira

    Sei que fazer o inconexo aclara as loucuras.Sou formado em desencontros.A sensatez me absurda.Os delírios verbais me terapeutam.Posso dar alegria ao esgoto (palavra aceita tudo).(E sei de Baudelaire que passou muitos meses tenso porque não encontrava um título para os seus poemas. Um título que harmonizasse os seus conflitos. Até…

    Leia Mais
  • Segunda Poética: O apanhador de desperdícios – Manoel de Barros

    Idianara Lira

    O apanhador de desperdícios Uso a palavra para compor meus silêncios.Não gosto das palavrasfatigadas de informar.Dou mais respeitoàs que vivem de barriga no chãotipo água pedra sapo.Entendo bem o sotaque das águasDou respeito às coisas desimportantese aos seres desimportantes.Prezo insetos mais que aviões.Prezo a velocidadedas tartarugas mais que a dos…

    Leia Mais
  • Segunda Poética: Retrato do artista quando coisa – Manoel de Barros

    Idianara Lira

    Retrato do artista quando coisa A maior riquezado homemé sua incompletude.Nesse pontosou abastado.Palavras que me aceitamcomo sou— eu não aceito.Não aguento ser apenasum sujeito que abreportas, que puxaválvulas, que olha orelógio, que compra pãoàs 6 da tarde, que vailá fora, que aponta lápis,que vê a uva etc. etc.Perdoai. Mas eupreciso…

    Leia Mais
  • Segunda Poética: Reparos – Ana Martins Marques

    Idianara Lira

    Reparos Algumas coisasquando se quebramsão fáceis de consertar:uma xícara lascadauma estatueta de gessoum sapato velhouma receita que desandaou uma amizade arruinada.Ainda que guardemas marcas do remendo,é possível que essas marcastenham um certo charmecomo algumas cicatrizes.Mas experimente consertarum poema que estragou. (Ana Martins Marques) ANA MARTINS MARQUES nasceu em novembro de…

    Leia Mais
  • Segunda Poética: O Encontro – Ana Martins Marques

    Idianara Lira

    O Encontro Combinamos de nos encontrar num livrona página 20, linhas 12 e 13, ali onde se diz queprivar-se de alguma coisatambém tem seu perfume e sua energia combinamos de nos encontrar num mapadepois da terceira dobraentre as manchas de umidadee a cidade circulada de azul combinamos de nos encontrarna…

    Leia Mais
1 8 9 10 11